O
tempo passa e, com ele, leva tudo. Os acontecimentos vividos num determinado
momento vivem-se com uma certa intensidade e, quando o tempo passa, o que foi
recebido com euforia, agora, torna-se mais breve sendo, por vezes, recebido com
um certo tom de desprezo e empatia.
O que em tempos foi visto com uma determinada perfeição acaba por perder o
encanto aos nossos olhos.
A ideia de "novidade", aquela que faz o coração bater com
irregularidade e, de certa forma, desperta em nós sentimentos estranhos, também
se apaga com o tempo e a repetição dos acontecimentos, dos sentimentos, das
emoções faz com que tudo se torne mais suave e, até, monótono (...)
O friozinho do primeiro encontro, a ansiedade de conhecer alguém, o primeiro
toque, o primeiro beijo, o primeiro desgosto, a primeira "facada",
tudo é vivido de forma igual. Vivido de forma diferente é o que sucede depois
de então. A repetição das coisas fá-las parecerem menos dolorosas ou felizes,
por vezes, até já "familiares".
A tudo isto se chama experiência.
Por isso é que existem pessoas mais frias do que outras. Também, por isso é que
a mesma música, a mesma paisagem, o mesmo sentimento, a mesma situação (...) As
mesmas coisas podem ser interpretadas de forma diferente. Tudo é vivido de
diferente forma, por pessoas diferentes.
Isto deve-se ao facto de todos termos um passado, um presente e planos para um
futuro. Caso contrário estaríamos mortos.
O tempo, esse maldito e benfazejo traiçoeiro, que nos arrasta sem darmos conta.
ResponderEliminarE quando damos conta já não somos nós. É um outro eu, mais velho.
É aí que nos damos conta que o Passado, o Presente, e o Futuro não são apenas tempos verbais, mas sim, tempos reais!