segunda-feira, maio 23, 2011

Aquilo que nunca fui

Caminhamos sob palavras incertas à procura de frases perfeitas e, na ignorância da sabedoria, tornamo-nos poetas, cantores do fado daqueles que não possuem memória. Falhamos todos os dias, caímos todas as noites e, no entanto, somos erguidos pela glória de um passado hegemónico. Em cada novo amanhecer, erguemos lembranças, pintamos retratos e declamamos as tristezas de uma vida quase perfeita.
É na convivência com os outros que nos apercebemos de que o mal que possuímos é desejado  pl'aqueles q'em pior situação se encontram - é nessa convivência que crescemos, mingamos e voltamos a crescer.
O que seríamos nós sem as memórias de tudo o que já fomos? E, se ainda assim somos crianças eternas e ignurantes para sempre, o que seria de cada um sem a presente lembrança de tudo o que somos, representamos e constituímos para os outros?
Há que pensar que, embora nos idealizamos de uma determinada forma, nem sempre somos aquilo que realmente desejamos.Porém, quando estamos prestes e fechar eternamente os olhos, olhamos para trás e vemos que tudo o que construímos faz sentido e que, afinal, somos e seremos importantes para a vida de alguém.
Conclusão: A memória, ainda que insensata, torna-nos eternamente gratos por tudo aquilo que nunca conseguimos ser.