sexta-feira, novembro 26, 2010

A carta que nunca te escrevi

"Ainda que saiba que o dia tem 24 horas e que dessas 24 horas nenhuma é tua, eu temo a cada dia que passa a possibilidade de perder o dia inteiro em função dos teus passos, condicionada pelo teu desalento.


Tomaste-me a alma e rejeitas qualquer tipo de negociamento, que faço eu sem raciocínio?
Quereis que ame sem coração, que respire sem pulmões, que viva sem ti? que mais queres que eu faça para além do que já fiz? Tenho o corpo roto de tanto desespero e o olhar vazio de tão perdida que me sinto.
A única coisa que peço é que vos olheis ao espelho e vejais o quão longe estáis da perfeição.
E nunca pedi que fosses meu...nunca pedi para ser sua.
 O destino tratou de juntar-nos. o fogo e o gelo, pois e agora?
(sabes lá o quão grata estou de chegar ao fim)
Vais matar-me ou morrer? queres que realmente diga o que penso? O teu sangue é veneno, a tua boca é pecado e o teu olhar ... não posso pensar !
Que pergunta mais absurda e evidente.
 
p.s.Eu nunca estive viva, eu nunca te amei".
Rasguei-a mesmo antes de escreve-la, com o maior dos arrependimentos.

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