terça-feira, agosto 10, 2010

Retrato de tudo

Foi tudo tão rápido, tão nobre, tão profundo mas ... foi tudo tão doloroso.
Ver-me nos braços de um assassino nunca foi tão doloroso como desta vez, sim.
 Estar nos braços de um assassino nunca foi algo que desejei mas... estar nos braços do assassino que amamos é completamente diferente.
Tinha forças para sair dali e mata-lo, forças para gritar, para espernear mas ... não tinha coragem de matar o meu próprio assassino, porque se ele tem metade de mim eu iria estar a suicidar-me na medida em que iria matar parte de mim ao mata lo.
Foi então que percebi que para além de assassino ele era suicida.
Porém eu nunca me sentira tão bem nos braços de alguém.
Por tudo o que vivemos, por tudo o que partilhamos, por mais que soubesse que era o fim, eu só havia entregado a minha alma a uma só pessoa, e visto que já o tinha feito não valia a pena optar pela minha morte ou pela dele. Era igual.
Abri os olhos e o pesadelo acabou.
 Ele estava ao meu lado e dormia profundamente.
-Ufa.

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