"Sinto me tão perdida que parece que nunca me encontrei.
As palavras saem por instinto e os gestos são múltiplos e multiplicam-se na multiplicidade das páginas que preenchem o vazio de um livro - a minha memória.
É como se para trás tivessem ficado todos aqueles que amei. Aqueles que amo, mas que, estupidamente, não sei se serei capaz de amar eternamente. O amor próprio parece tão fraco que me sinto incapaz de amar o que quer que seja.
Caminho descalça sob uma estrada de neblina, onde as árvores flutuam e o sol está pendurado nas nuvens. É como se a minha vida fosse uma peça de teatro sem dramaturgo ou um romance sem romancista.
Sobre o ombro carrego uma mala de lembranças. E, embora incertas, fazem a mala pesada - tal como a minha alma de angústia. Contra o peito carrego a vida - Um livro pequeno mas imenso. Caminho sem pressa, como se caminhasse para a sepultura. Paro e escrevo, fecho e retomo o caminho.
Tudo o que tinha a fazer está feito, as páginas preenchidas e o coração partido.
Amei tudo o que tive, tive tudo o que não tive e não tive o que dei - amor. "
Ao fim de dois tempos as pernas cederam e o livro, que carregava ao peito, caiu seguido do corpo que, num suspiro, virou vulto.
"Ao fim ao cabo somos todos iguais,
Escravos da vida,
amantes desleais."
Sinceramente, escreves bem. Não estou a dizer para ser simpático mas sim porque é verdade.
ResponderEliminarJá tinha lido coisas de raparigas da tua idade, mas não tinham a mesma maturidade que tu tens a escrever, limitavam-se a escrever as fofoquices do dia e quem tinha olhado para elas e durante quanto tempo.
Continua. Beijinhos
arrepiada :(
ResponderEliminarNão pares!
ResponderEliminarContinua pf a escrever.. que é das coisas que mais gosto de fazer em dias como este por exemplo, ler algo que nos deixe a pensar e que ao mesmo tempo ser tão Bom!
Obrigado linda, é muito bom receber este feedback de quem lê o que escrevo.
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