Faz muito tempo que questiono o motivo pelo qual permaneço presa ao passado. A tudo aquilo que, anteriormente, maguou mas que desejo para a posterioridade. De todas as vezes que me questionei não encontrei resposta. É como se tudo estivesse vivo e de tal forma presente na minha memória que parece repetir-se constantemente.
" Hás vezes sinto que, rodeada de afectos, percorri um caminho até uma caverna desastrosa e, durante esse caminho, fui deixando o rasto de um passado perfeito. No entanto, quando quis regressar ao presente, não recuperei o rasto.
Permaneço na caverna, rodeada de pessoas que não existem, de folhas soltas, de palavras sem nexo e frases mal articuladas.
Há uma facto que me deixa intrigada - a intensa sensação de que pertenci sempre a este lugar.
É como se este lugar fosse eu mesma, como se nunca tivesse conhecido lugar no mundo diferente deste. É como se as sombras fossem pessoas de carne e osso, como se as folhas soltas fossem abraços, como se as palavras fizessem sentido e como se as frases, sem nexo, fossem as leis desta terra abatida onde eu anseio permanecer para a eternidade.
Porque há lugares no mundo que se parecem connosco.
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