Há muito tempo que não me sentia assim - com vontade de transmitir aos outros aquilo que nunca soube fazer. Quando me levantei para tomar o café percebi que o dia ainda não tinha nascido e que certamente estava a confundir o tempo.
Quando olhei o relógio e o ponteiro indicava as 03:00 h, certifiquei-me do quão errada (quanto ao tempo) estava.
Voltei para a cama arrastando o lençol, deitei-me e deixei que me embalassem.
Esperei, voltei a esperar, virei o rosto e a almofada e esperei (tempo suficiente) para voltar a adormecer.
Foi então que percebi que já tinha esperado demais.
Projectei a almofada contra a cortina e levantei-me (rabujenta).
A campainha tocou de repente e eu senti-me aflita. Não sabia se estava a sonhar acordada, se o relógio estava certo, se eram horas de alguém tocar na campaínha ou se realmente algo de (muito) errado se estava a passar comigo.
Ainda que soubesse o perigo que poderia significar, dirigi-me à porta e abri-a:
Tinha o cheiro aniquilado do vento sufocado e uma mala no centro da escadaria - uma mala velha, magenta velho e que parecia realmente velha.
Arrastei-me até ela e puxei-a para dentro da porta (eu estava a entrar em parafuso).
Espreitei, na esperança de encontrar algo mais e, vagarosamente, bati a porta sonolenta.
Limpei o pó que a mala carregava e procurei onde abri-la. Então ... suspirei bem fundo e abri.
-Baby, wake up. it's time!
«O meu despertador tocou e eu acordei com a luz a bater-me no rosto e a cafeteira na cozinha a transbordar de café.
Desde então, todas as noites, a mala permanece há minha porta, por volta das 03:00 h. Sempre na ânsia de um encontro, de um eventual e absurdo encontro com a fantasia da minha realidade.»
Que lindo *-* tanto o texto como a música! Amei o blog, já tens um seguidor assiduo (;
ResponderEliminardescuçpa o discaramento ;b
Já á alum tempo que não lia um texto que me fizesse arrepiar. Este fez. Parabéns pelo trabalho do blog (:
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