segunda-feira, janeiro 20, 2014

Entre o cansaço e a diferença

Ser diferente cansa. Tudo o que é difernte cansa. E eu. Eu sinto-me cansada. Mas, quem nunca se sentiu cansado um dia? 
A saturação da vida parece, agora, mais condensada do que nunca. Os dias parece que possuem 48 horas e as horas multiplicam-se em dobro. Muito mais do que aquilo que pensava suportar. Ainda assim, não penso desistir.
A consciência da realidade torna-me pedinte de uma inconsciência passada - aquela que me fazia crer na perfeição das atitudes, dos momentos, enfim, das coisas no seu sentido lato."A vida é mesmo assim" gritava o conformismo imposto pelos meus iguais, esse conformismo a que me acostumei sem nunca colocar em causa o que quer que fosse, até hoje. Porque haverei eu de descarregar em outrem o meu destino? Ou, por ventura, despojar o "que tiver de ser" nas esperanças do fado?
Não, deixei-me disso. 
Porque, embora esteja cansada de sentir cansaço, sinto que é assim que existo - a querer ficar bem com o que está mal, a acreditar no que ninguém acredita e a viver do que, simplesmente, não existe.
O preço da diferença paga-se caro, e eu tenho descoberto aos poucos quanto ele custa.
Mas, ainda assim (cansada) em momento algum, pensei em desistir.
Não fosse o sonho a minha razão de viver.

quinta-feira, janeiro 16, 2014

Porque o amor nunca morre

"Querida,
A chuva cai lá fora e o dia parece triste. No entanto, nada comparado com o vazio que me preenche. Sinto a tua falta e, ainda que aparentemente temporária, ela tornou-se eternamente dolorosa. Inicialmente, acreditava que tudo não passaria de um pesadelo e que, por mais penosa e injusta que fosse a tua partida, tu irias voltar. Os dias passaram-se entre lágrimas e sorrisos forçados, contudo, tu continuas longe, num lugar incerto e misterioso. Prometi ser o pirata do teu tesouro, o capitão do teu navio. Mas, e agora? Como farei sem mapa? Sem mar por onde navegar?

As águas onde juntos mergulhávamos secaram e, as folhas do outono já dançam com o vento. O calor tórrido do verão congelou com o frio nas nevadas e o meu coração ardeu e partiu, junto com a tua alma.

Não sei ainda o que vou fazer quando tiver que sair lá fora: o que dizer, o que responder, como agir. Pensei que conseguiria viver sem ti. E, mais uma vez, estive enganado. Encontrei no recanto do meu quarto, aquele que um dia foi nosso, um bom amigo: o teu diário. Pensei que estas coisas fossem apenas para os deprimidos e parece que acertei. Deprimido ou não, a única coisa que consigo fazer, para além de respirar e desejar-te, é escrever.

P.S. Onde quer que tu estejas, com quem quer que caminhes, se ainda me amas, tu vais voltar. "