quarta-feira, dezembro 22, 2010

Sozinha

Hoje, mais do que nunca, vou escrever-te.
Há muito tempo que não sentia algo parecido, há muito que não me faltava o ar e a terra, há muito que sonhava com este momento ainda que ingénuo e vulgar.
Esta vontade estúpida de escrever-te é uma mistura de favores inalterados pela cede de um reencontro.
E, ainda que saiba que não irás ler nem uma palavra aqui impressa, eu escrevo, muito mais do que eu quero mas muito menos do que preciso.
Hoje, eu não vejo limites estabelecidos para nada do que faço. Talvez me chamem louca ou não porque o faço mas é tudo o que necessito. E enquanto as mãos carregarem e o peito escrever com a alma nobre de um cavalo branco eu vou fazê-lo, sem qualquer preconceito.
As janelas estão fechadas, as portas trancadas e as camas despidas bem como a mim mesma.
Esta noite eu sou a Lua do meu próprio céu, aquele que eu pinto todas as noites em que me deito sozinha e te sinto comigo.
E sabes o que mais dói no meio de tudo isto?
É o paradoxo que vivo entre o mais e o menos - Quanto mais eu escrevo, menos dor eu sinto.






É por isto que a vida ainda me pertence pois caso contrário estaria longe.

sexta-feira, novembro 26, 2010

A carta que nunca te escrevi

"Ainda que saiba que o dia tem 24 horas e que dessas 24 horas nenhuma é tua, eu temo a cada dia que passa a possibilidade de perder o dia inteiro em função dos teus passos, condicionada pelo teu desalento.


Tomaste-me a alma e rejeitas qualquer tipo de negociamento, que faço eu sem raciocínio?
Quereis que ame sem coração, que respire sem pulmões, que viva sem ti? que mais queres que eu faça para além do que já fiz? Tenho o corpo roto de tanto desespero e o olhar vazio de tão perdida que me sinto.
A única coisa que peço é que vos olheis ao espelho e vejais o quão longe estáis da perfeição.
E nunca pedi que fosses meu...nunca pedi para ser sua.
 O destino tratou de juntar-nos. o fogo e o gelo, pois e agora?
(sabes lá o quão grata estou de chegar ao fim)
Vais matar-me ou morrer? queres que realmente diga o que penso? O teu sangue é veneno, a tua boca é pecado e o teu olhar ... não posso pensar !
Que pergunta mais absurda e evidente.
 
p.s.Eu nunca estive viva, eu nunca te amei".
Rasguei-a mesmo antes de escreve-la, com o maior dos arrependimentos.

domingo, novembro 21, 2010

21 de Novembro (...)

Longe de um momento mas ao alcance de qualquer gesto, sem vontade mas com força suficiente para prosseguir sem ressentimento.
Há sempre momentos em que o mundo para para nos olhar, e nesses momentos a vida parece mais curta que imaginávamos.
Nesses momentos em que nos sentimos demasiado pequenos e frágeis, ainda que o sejamos mesmo, há sempre uma força, uma vontade, um guia. Por muito fracos que estejamos há sempre quem acredite na pouca força que temos.
Pois afinal, a esperança será sempre a última a perder forças.
E se tal acontecer, a humanidade não terá mais nome.
E o ciclo da vida é infinito, se há aqueles que se sentem fracos a vida inteira sem saberem o quão fortes são, há aqueles que morrem na ignorância de uma força insistente sustentada pelo egoísmo do poder.
 
Enfim, a vida já não é vida.

sábado, novembro 13, 2010

É na cegueira das palavras que mora a transparência dos sentimentos, longe do óbvio e perto do inalcançavel.
Mesmo que a maior parte das pessoas não tenha a capacidade de perceber que é preciso lutar, existem excepções que tornam a vida mais sóbria daquilo que não existe.
São oportunidades que a vida nos oferece uma vez na vida, as quais nós desperdiçamos, ainda que não percebamos, comprometendo-nos assim ao inferno.

E as palavras deixam de fazer sentido mesmo quando o piano toca nas traseiras do recinto, e as pessoas choram sem motivo (...) ainda que saibam que tudo tem um fim limitam-se, muitas das vezes, a viver do infinito.

(Ponto final.)

quarta-feira, outubro 27, 2010

Erro(s) meu(s).

A forma como me olham, como me descrevem, como me desenham. A forma como aqueles que mal me conhecem tiram partido daquilo que sou não é nada comparado com a forma como me magoam aqueles que nem por mim passam. Aqueles que permanecem inconscientes ao meu olhar, indiferentes ao meu horror mas inatos, como os erros de uma vida.



Sim, São pessoas como tu. Pessoas que me atropelam a memoria e me fazem fixar num tempo que não aquele em que deveria focar-me, como no futuro. Em vez disso (...) á sempre uma ponta por onde pegar, ainda que haja algo que me faça recuperar como o mero tempo, esse tempo faz-me ver que não é junto a ti que eu devo estar mas sim aqui, ao pé daqueles que me olham, desenham e pintam sem qualquer lado de mim, aqui eu posso proteger-me dos teus braços. Para estas pessoas eu sou a virgula no parágrafo, o erro intrometido por intermédio de um paradoxo.
 Aqui, eu sou a raiz cúbica da asneira ao quadrado, a chama afogada no turbilhão de florestas. (Sem qualquer indiferença ou distinção) 
"...Eu sou como toda gente."

quarta-feira, outubro 20, 2010

Chiuu ! Quero falar.

Numa consciência pura habita a noção de que tudo em meu redor é puramente impuro. As falácias das quais sofro são prova de que nem tudo são certezas e que da vida também fazem parte as desvarias da minha alma. Em mim habitam as fraquezas da ambiguidade, as impurezas de uma vida atropelada pela pressa de viver e de atingir a realização ideal á qual ninguém chega.


E assim, a chave do meu mundo reside no inconsciente, parte integrante da minha alma, da qual eu desconheço toda a parte e mais alguma. Eu sou o navio naufragado a quem ninguém lembrou o naufrágio, e assim ficarei perdida para o resto da vida. Sem saber onde fica a chave do cofre que é o meu coração.

Obrigado pela a oportunidade, ainda que em vão.

quarta-feira, outubro 06, 2010

Burguesinha

Sinto-me sufocada por uma multidão de pessoas que não sabe dar valor ao que tem, controlada por um relógio de ponteiros inacabados.
Perco-me nas linhas de uma folha vazia e escrevo as lamurias de uma vida inacabada, incompleta pela ausência de tudo aquilo que nunca consegui alcançar.
Levanto-me num suspiro constante que me leva de volta ao lugar onde deveria estar: rodeada de uma poeira feliz, de uma pobreza humilde e de uma vegetação seca pela angustia de ser nobre. Vejo-me pintada pelo vento que vem do norte- esse vento sublime que se entranha nas narinas e permanece (...) no silencio de um olhar, que não o meu.


A janela fecha-se e eu volto para a folha semi-vazia onde me vejo caída na mesa de estar onde um banquete de burgueses babados me espera(...)

...esta noite eu sou o prato principal de uma noite falsa.

quinta-feira, setembro 30, 2010

Traída

Vivo na promessa de um regresso, aterrorizada pelo passado que, piedosamente,esmagou-me a memória. As lágrimas já se esgotaram de tanto que as usei e as unhas, essas nem as vejo.

Sinto no peito um vazio autentico, algo que não consigo descrever por muitas vezes que reflicta em algo que o defina.
O correio nunca mais voltou a colocar as cartas na caixa que eu mesma parti, e os lençóis ... esses, estão gastos, velhos e sujos á espera que tu voltes para muda-los.
E, ainda que perdidamente derrotada, eu sinto que a guerra ainda não terminou e, com ela, levará mais soldados como eu.
 Nunca me deras tanto tempo para pensar em algo assim...

 
Ainda te amo.

segunda-feira, setembro 27, 2010

Na 1ª pessoa para o resto do mundo

"Carrego na memoria um peso de lembranças mal lavadas pela chuva de um tempo que cessa em passar. Brincam comigo as recordações de uma infância perdida, irritam-me as recordações de um passado inacabado e as promessas de um futuro que não chega. Não é a ambição de ser eterno mas a fraqueza de esperar por tanto. Eu sou assim, um poeta sem nome ... um anjo a quem partiram as asas mesmo antes de as criarem naquela tela branca á qual todos ousam chamar vida."
"Eu sempre quis ser tudo em toda a parte e nunca fui nada em lado algum."

sábado, setembro 25, 2010

Criança



Pediram-me que escrevesse algo realmente significativo para muitos, algo importante para poucos e quase nada para todos. Escrevi, escrevi, mas nada saiu como o previsto. Recolhi todos os erros de cada frase e juntei os num bloco de notas, fiz dele o meu dicionário de parvoíces e ao escrever através dele percebi que estava a fazer algo que nunca fizera antes.
Quando dei por terminado o pior trabalho de sempre, entreguei-o e esperei a respiração daquelas pessoas para embarcar na pressa de regressar a casa e esconder-me no arrependimento.
Nunca mais tive coragem de voltar àquele lugar para saber o quão errada eu tinha sido mas na minha memoria ficou que nem só o que é certo é que deve ser feito e que o erro de uns pode ser a mais valia de outros.
Não foi um feito histórico da minha infância nem coisa que se pareça mas é algo que caminha comigo, para o resto da vida.
*

sexta-feira, setembro 17, 2010

Palavras mudas

Percorremos as palavras sem saber bem o significado das mesmas e usamos as como se fossem enunciados perplexos quando por sua vez são o meio precioso ao qual recorremos, a maior parte das vezes, para transmitir o que sentimos.
Porém, existem sentimentos que as palavras não abrangem, e aí recorremos á linguagem universal-o gesto. É aí que as palavras se tornam mudas e dão lugar aos nobres gestos de quem sabe demonstrar.
Quando erguemos o olhar, quando sorrimos com os lábios e desenhamos com o rosto um quadro de nós próprios, porque somos aquilo sentimos, aquilo que sonhamos, aquilo que vivemos. Somos possuidores de uma subjectividade irresistível a todos os níveis, subjectividade essa que nos traça um caminho, que nos dá uma espada e nos faz lutar para toda a vida.

E a única coisa que nos faz iguais é a imortalidade.

terça-feira, agosto 31, 2010

Materialistas

O tempo passa e fica para trás tudo aquilo que em tempos valeu a pena -os momentos, as pessoas, os lugares, as palavras. O tempo leva-nos para novos tempos, passa e não para. Deixamos velhos costumes e adaptamos novas “modas”. Tudo o que foi em tempos a sensação passa a ser mais um “mono” no guarda jóias. Sim! Porque os bens materiais sempre foram a essência do ser humano (...)
Já não se ligam ás boas intenções. Porque para dizer a verdade essas estão em vias de extinção á já bastante tempo! O que hoje em dia a todos interessa é quanto custa viver para sempre, ou quanto se deve a Satanás (...)
Quem pode manda, porque o tempo dos sábios estava escrito em livros, e esses, por serem velhos e não tão requintados que nem os livros de anedotas, foram despejados na sucata da inquisição.

E bem, o que resta da vida afinal?

Dinheiro, poder e banalidade. Porque se em tempos se morria por amor hoje encomendasse um assassino para matar o homem da mulher que se ama. É bem mais fácil!

Puf.. 99% da gente vive na gruta da estupidez mas ainda não se apercebeu.

sábado, agosto 28, 2010

Abandonada

Eu amava-o incondicionalmente, ele era a minha vida em forma de pessoa. Eu acordava e adormecia com a mente embriagada pelos seus pensamentos e as nossas palavras dançavam e faziam de nós o poema certo, a melodia perfeita.
O tempo passou e com ele vieram as segundas oportunidades, as discussões, as palavras temerosas e as inseguranças começaram a aparecer em forma de lágrimas.
Nunca nos deixamos de amar porque seria impossível mas... deixamos de saber amar como no principio.
Foram esquecidas as promessas ao Luar, os abraços apertados, os beijos doentios e os desejos inacabados.
Foi tudo como uma descarga de velhas tempestades onde o naufrágio é inevitável.
Quebraram-se as portadas e perdeu-se a chave de entrada, a entrada para o nosso mundo. Fui despejada num mundo que não é o meu e obrigada a viver o que nunca soube viver, sozinha na desventura do tempo.

E hoje sinto a falta dele como nunca senti.
Não quero voltar a sofrer, não quero voltar ao desvario mas ... á muito tempo que não me sinto Feliz.

terça-feira, agosto 24, 2010

O sabor do vento

A almofada cheira a rosmaninho e os lençóís de linho esperam por ti, tal como eu.
Tenho tudo pronto para o teu regresso e se algum dia partiste foi porque realmente quiseste.
Nunca impedi que ficasses, nunca quis que partisses.
Nunca pedi nada em troca para alem da tua presença, uma presença leve mas genuína de um ser humano que ama e que sabe amar.
E se á algo que não suporto... é depender de ti como quem depende de tudo.

 Eu rasguei as portadas das janelas e limpei o pó das nuvens só para te ver passar.
E quando tudo parecer calmamente sereno, eu sei que tu vais voltar para entornar o copo de leite que ficou por beber mesmo antes de partires.


Sinto a tua falta.

terça-feira, agosto 10, 2010

Retrato de tudo

Foi tudo tão rápido, tão nobre, tão profundo mas ... foi tudo tão doloroso.
Ver-me nos braços de um assassino nunca foi tão doloroso como desta vez, sim.
 Estar nos braços de um assassino nunca foi algo que desejei mas... estar nos braços do assassino que amamos é completamente diferente.
Tinha forças para sair dali e mata-lo, forças para gritar, para espernear mas ... não tinha coragem de matar o meu próprio assassino, porque se ele tem metade de mim eu iria estar a suicidar-me na medida em que iria matar parte de mim ao mata lo.
Foi então que percebi que para além de assassino ele era suicida.
Porém eu nunca me sentira tão bem nos braços de alguém.
Por tudo o que vivemos, por tudo o que partilhamos, por mais que soubesse que era o fim, eu só havia entregado a minha alma a uma só pessoa, e visto que já o tinha feito não valia a pena optar pela minha morte ou pela dele. Era igual.
Abri os olhos e o pesadelo acabou.
 Ele estava ao meu lado e dormia profundamente.
-Ufa.

sábado, agosto 07, 2010

Doentio

Quando acordei com a chuva a pingar-me a alma a portada do quarto estava aberta e a chuva lá fora fez-me ver um dia feio e triste. Tinha tido uma noite de sono puramente chata e acordar com uma paisagem destas só me deixava ainda pior. Tive a sensação que estivera a noite a escrever, tinha o monte de folhas velhas ao lado da mesinha de cabeceira e a tinta manchara-me a almofada. Foi então que percebi que adormeci a escrever.
Dormi mais uma noite sozinha, mais uma de tantas outras, só mais uma, apenas uma.
Já me habituara aquele ambiente, aquela humidade e á realidade platónica causada pela distancia entre mim e o mundo.
Se tivesse que escolher de novo entre ficar e partir eu voltaria a optar pela alinea A. Eu sei que nunca conseguiria viver longe disto, longe de tudo o que ainda é meu.. teu ... longe de tudo o que um dia foi nosso. As paredes sujas, a colcha vazia, a casa feia e o lugar mais estúpido á face da terra. E mesmo sabendo os inúmeros defeitos deste lugar eu não o trocaria por nada imaginável. Porque em qualquer parte do mundo eu posso sobreviver mas eu sei que tu permaneces aqui, só aqui.
É doentio pedir a mesma coisa todas as noites sabendo que não posso ter  mas, a única coisa que me move é a promessa de um regresso. O teu regresso a esta casa velha e a esta parva que te quer por perto.

Não á nada que me fassa mudar de ideias em relação a ti.

sexta-feira, julho 30, 2010

Ausente

São as forças que nos fogem por entre os dedos e nos fazem cair de podridão aniquiladora.

É uma dor prolongada que nos deixa de rastos, uma falta de sorrisos, uma enchente de lágrimas sufocantes e suspiros imensos. É bater á mesma porta todos os dias e saber que jamais será a mesma pessoa a abri-la. São palavras cheias de nada e olhares que sofrem pela mesma coisa. É uma necessidade que nos transcende a todos os níveis e nos faz questionar o que não se pode considerar questão.

É um desconserto da alma preso no luto e uma falta constante liberta de tudo.

E é assim que tudo parece, difícil.


Difícil de encarar com o sorriso de quem está feliz.

quarta-feira, julho 28, 2010

Enforcada pelas palavras

Mesmo antes de partires tive a impotência de desejar o teu regresso.
 Afastei-me de tudo o que te pertencia e adquiri estratagemas aniquiladores para a tua existência.
 Fiz-me o que nunca quis ser e vi-me em ruínas, sozinha a caminhar na madrugada vadia onde as prostitutas dançam por entre a vida. Fiz de tudo para acabar comigo e nem por isso deixei ... sei la! Só houve uma coisa que esteve comigo o tempo todo, sabes qual foi?  A incerteza do teu regresso.
Não só me vi afogada nas tuas lágrimas como abafada pela falta dos teus abraços.
Nem o sangue que me corre nas veias parece sangue, o espelho reflecte o que não quero ser e sinto-me fraca para lutar.
Quero sair de dia mas o sol queima-me a pele e a minha garganta ainda arde desde o dia em que fizes'te promessas.

As palavras estão gastas e não há nada que me faça mudar de ideias !
Vou morrer sem voltar a ver-te.

terça-feira, julho 27, 2010

Humana

Há muita coisa que quero fazer e que ainda não fiz, não por falta de vontade nem de tempo mas por falta de coragem.
Sei que tenho tempo, mas tudo que gira há minha volta parece parado há já alguns »tic-tac's«.
Não há nada que os mova, nada que os faça ver que o que fazem destroi tudo o que construí até agora.
O sentido de destruição de todos não tem que ser o sentido de cada um.
Talvez seja preciso individualismo para salvar o que ainda tem salvação, de outra forma não vejo jeitos de retomar tudo o que está gasto, velho.
 Olham-nos como alimento, matam-nos com as palavras sujas de quem não sabe ser gente. E, nisto, somos obrigados a descer até onde eles quiserem.

Na vida temos momentos iguais (ou piores) a este, em que só quem nos mata nos pode salvar.

»Ao contrario deles ainda Sou Humana. Mas até Quando?«

segunda-feira, julho 26, 2010

Vendida

Vejo-me sozinha num reflexo intemporal de memorias atropeladas pelo poder de outrem.
Entrego-me de corpo e alma, deixo que me pintem como uma tela vazia. Deixo que me preencham com a vontade de cada um e no fim de tudo sou mirada como uma obra de arte fresca.
Porém, em menos do que eu previa, vi-me despejada numa «lixeira» de quadros vendidos, nas mãos de um milionário qualquer.


O cheiro a tinta gasta, a escuridão de cada dia, a luminosidade do ouro reluzente. Tudo fez de mim um acréscimo para a boémia de um Homem sem cérebro autentico. Em pouco tempo a minha sanidade perdeu-se por entre a luxuria e passei a ser mais um mono da antiguidade clássica, ainda que recente.

Eu, como todas as outras, fui apreciada, cobiçada, desejada mas ... comprada e depois ignorada como outra qualquer.

Deixei-me pintar a troco de nada.
Sinto-me velha.

sábado, julho 24, 2010

Grandiosidade

No lugar mais longe de todos eu alcanço aquilo que sempre foi fácil, ainda que nos sonhos.

O lugar onde as palavras dançam á medida que se pronunciam, onde tudo aquilo que magoa não existe.
 Em tudo que existe nesse lugar há verdade, transparencia. Os copos bebem-se cheios, os quadros e as telas vêem-se pintados e enxerga-se com facilidade o sorriso espantado dos bêbados pintores. Não há lágrimas nem sorrisos, não há homens nem mulheres, não há ricos nem pobres nem nobres nem burgueses. Nesse lugar, onde só entramos uma vez na vida, atinge-se a concretização plena da igualdade universal.

Acordei Enfim.

sexta-feira, julho 23, 2010

Cíclico

Eu amo, eu vivo,
Eu morro, eu crio.
Eu logo sossego.

Eu tropeço, eu caiu,
Eu desmaio, eu levanto.
Eu logo me apresso.


Mas,
eu não canso, não desisto.
E volto a cair.


É cíclico e eu nunca aprendo.

quarta-feira, julho 21, 2010

Nobre


Vivemos agarrados a materiais, a valores, a simples objectos que não fazem qualquer sentido. Magoamos pessoas, apreendemos esses mesmos valores e descemos ao fundo da nossa consciência para buscar aquilo que nunca deveríamos ter sido, materialistas!





Esquecemos-nos é que quando partimos, são as pessoas que ficam para nos recordar. Ou viveremos com elas por termos sido bons ou morreremos nas almas delas como seres sem valor algum.
É preciso acordar e por de parte tudo aquilo que nos faz fútil, pessoas sem qualquer experiência nobre. E ser nobre não é ser rico mas sim ter carácter de um Homem ou mulher honestamente realista.

Chegou a altura de largar o que é realmente nosso para abraçar algo que não nos pertence como bem material e que estará escrito na nossa herança para deixar a um filho ou a um amigo.

Eu larguei tudo o que tinha, cuspi  no que não tinha, vendi-me ao vento e agora espero que ele me troque por algo de valor.
E, para dizer a verdade, não tenho preço.

quarta-feira, julho 14, 2010

Na ausência das palavras

Todas as noites dizias-me  “nao te esqueças que te amo.” Eu não esquecia, não esqueço ...
 Sabia bem o que dizias e sabia que eras meu, ou talvez não .
 Com o tempo a frase dita todas as noites tornou-se tão banal que o verdadeiro sentimento desapareceu por entre as almofadas, emborrachou-se no colchão e abafou-se com beijos que ficaram sem correspondência.
Aquelas palavras soavam-me a pouco, não é que quisesse muito mais mas ...






Hoje, que  te tenho na dureza desta ausência, percebo que daria a minha vida para voltar a ouvir-te.
Não sei se é dor, se é falta, se é raiva ... mas sei que o silêncio é tudo o que tenho, que me liga a ti.



Preciso de ouvir-te uma ultima vez.

segunda-feira, julho 12, 2010

Continuidade infinita


Parece que os passos que dou são iguais aos que dei, iguais àqueles em que tropecei e caí. Aí está, o chão suporta-me novamente e a tua mão ergue-se para me elevar. Esta sequência se repete infinitas vezes e eu nunca aprendo, queda sobre queda. Ás vezes penso que é a ultima vez que te vou ver mas algo se atravessa no caminho e tu voltas a erguer-me. É uma dor constante, um alivio frustrante, é uma paz interior e uma raiva tão grande que só não te mato porque te amo. E ... se for esta a única maneira de te possuir, se é que te possuo, eu não me importo de morrer numa queda.


                     (é assim que eu vivo, relembro como era quando estavas presente.)

quarta-feira, julho 07, 2010

Dependente

Eu olhava-me com os olhos dele e ele olhava-se com os meus, a voz era dele e não minha, e a voz dele era a minha e não a dele. Estava no corpo errado, na mente errada num local totalmente errado.
Desde logo percebi que as nossas almas se tinham cruzado e trocado em função dos nossos corpos, não sabia que tínhamos tanto para dar um ao outro mas em pouco tempo o que foi dado retirou-se e eu caí na ravina de um pesadelo.

A alma dele nunca mais voltou a cair em mim mas a minha parece uma quarta parte do que foi antes de se cruzar com a dele.

domingo, julho 04, 2010

Com medo


É na incerteza das palavras que mora a realidade e o verdadeiro sentido daquilo que sou.
Nunca sonhei nada para mim, nunca me idealizei nem nunca quis voar mais do que as asas que não possuo.
Não minto para me proteger mas minto para ver se me acordam deste mundo ao qual penso não pertencer.
Sonho e sonho e vou mentindo a mim mesma, sei que me magoo mas nem por isso deixo de fazê-lo..

Quero viver para além disto, mas tenho medo.

terça-feira, junho 29, 2010

Quero-te (muito)


Hoje eu amo-te e quero-te com todas as minhas forças e amanhã eu não sei, não sei se vou amar-te como hoje, nem sei se aqui estarei para dize-lo. por isso, fica aqui, hoje, esta carta para que saibas que te amo sim, hoje e sempre.
Caso amanhã não acorde, acredita que te amo hoje e que te amei ontem, como todos os dias em que estive realmente viva.

(amo-te)

sexta-feira, junho 25, 2010

Sou eu !

1. Signo: Balança
2. Data de Nascimento: 15 de Outubro de 1993
3. Cor de olhos: castanho
4. Altura: 1.54 (:
5. Comprometida ou solteira? Quase casada :b
6. Qual é o teu nome do meio? Vanessa
7. Se fosses arrastada para uma guerra, sobreviverias? Duvido.
8. Qual é a cor da tua roupa interior hoje? Branca.
9. Dormes com a TV ligada? Sempre.
10. Consegues escrever rápido no computador? Sim.
11. Quando foi a última vez que escolheste um duche em vez de um banho de imersão? Hoje.
12. Com quem é que tu sabes que podes sempre contar? Com o meu cão 
13. Estás a beber alguma coisa neste momento? Leite .
14. Falas enquanto dormes? A minha irmã diz que sim.
15. Qual é a foto que tens no fundo do ambiente de trabalho? Uma paisagem de mar.
16. Tens o sono profundo? Bastante.
17. As outras pessoas acham-te atraente? Não sei.
18. Sentes saudades de alguém neste momento? Sinto.
19. Quando foi a última vez que disseste a alguém que o amavas e realmente sentias? Ontem á noite.
20. Qual foi o último desporto que praticaste? Judo.
21. Como te sentes hoje? Tristemente feliz.
22. Quem foi a última pessoa com quem partilhaste a cama? Com a minha irmã.
23. Alguma vez foste mordida por alguém? Sim, pelo meu “ex”.melhor amigo.
24. Alguma vez mordeste alguém? Sim, ele mesmo .
25. Qual é a pior coisa no sexo oposto? A falta de feminismo x’)
26. O que está no fundo do teu guarda-roupa? Uma gaveta fazia onde guardo suspiros : )
27. Qual foi a última coisa que tiveste na tua boca? Uma unha*
28. Qual é a tua filosofia de vida? Adormecer,acordar e viver.
29. Com o que é que estás ansiosa? Com o dia 30 de Junho.
30. Alguma vez trepaste para uma janela? Sim, ontem á noite ás 3.45 da manhã.
31. Que três coisas te levam sempre a sítios? O instinto, a curiosidade e o Bruno.
32. Tens uma queda por alguém? Sim, pelo jonhy deep. x’)
33. Quão frequentemente falas ao telefone?. A cada minuto.
34. O que fazes quando ninguém está a ver? Cheiro-me.
35. Há algo que queiras e não possas ter? A imortalidade.
36. Três coisas que reparas de imediato no sexo oposto: cara,mãos e cabelo .
37. Onde está o teu telemóvel? Na minha mão.
38. O que foi a última bebida alcoólica que bebeste? Bacardi limon com redbull (Gil esta é para ti)
39. Qual é a tua cor favorita? Cor-de-rosa.
40. Qual foi o último filme que foste ver ao cinema? O rei da Pérsia.
41. Que música estás a ouvir? Creep-radiorhead.
42. Quem foi a última pessoa com quem falaste? Com o Bruno Bessa.
43. Usas que champô? Garnier-ultra suave.
44. Mais velha, do meio, mais nova ou simplesmente uma criança? Sinto-me uma criança :b
45. Quem admiras? Admiro-me*
46. O que te faz mais feliz? Ver alguém feliz e saber que sou o motivo de felicidade.
47. O que é que odeias? Não odeio nada.
48. O teu homem perfeito? Não existe.
49. Se pudesses mudar uma coisa em ti, o que mudarias? A teimosia.
50. O melhor tipo de festa? Com pipocas :b
51. O que te vês a fazer daqui a 10 anos? A viajar com uma maquina fotográfica ao peito, ao lado do meu namorado.
52. Bebida alcoólica? Não gosto.
53. Shot? Não aprecio.
54. Aftershave/Perfume? Perfume.
55. Filme? Dear john
56. Sítio? Floresta.
57. Número? 23
58. Mês? Junho
59. Gelado? magno
60. Dia do ano? 23 de Junho
61. Flor? proteia
62. Já alguma vez fizeste um papagaio voar? Nunca.
63. Alguma vez comeste um cachorro quente? Já não como á muito tempo.
64. Alguma vez bebeste leite do pacote? Ainda á bocado fui ao frigorífico :b
65. Alguma vez ganhaste um concurso de soletrar? Não.
66. Alguma vez tiveste na casa de banho do sexo oposto? Nunca, mas já entraram pela minha casa de banho a dentro :b
67. Curtiste com alguém em frente a uma multidão animada? Nunca.
68. Já alguma vez amaste alguém de verdade? Já, ainda amo.
69. Alguma vez partiste um osso? Não.
70. Alguma vez cantaste num palco? Já 
71. Alguma vez caíste duma cadeira? Tantas vezes.
72. Alguma vez ficaste com a língua colada a um gelo? Já (:
73. Alguma vez fizeste bumgee jumping? Nao.
74. Alguma vez saltaste de uma rocha? Já.
75. Alguma vez flashaste alguém? Já (:
76. Alguma vez choraste p'ra te safares de sarilhos? Uma única vez, tive um ataque de pânico que me safou.
77. Alguma vez jogaste strip poker? Já sim.
78. Beijaste alguém que não conhecias? Nunca.
79. Estiveste perto de morrer? Ontem á noite*
80. Nadaste no oceano? Uma vez, num sonho*
81. Alguma vez levaste pontos? Fugi a todos.
82. Alguma vez foste hospitalizada? Sim, em 2001.
83. Dia ou noite? Noite, por enquanto.
84. Sol ou chuva? Chuva.
85. Dormes com algum peluche? Sim, com um do meu tamanho.
86. A tua posse que mais prezas? A minha fraqueza.
87. Danças bem? Bem mal.
88. Já alguém, para além da tua família, te disse que te amava? Sim, o meu melhor amigo.
89. Quantos piercings tens? Nenhum.
90. Diz o nome de 5 coisas que estejas a usar: pulseira,camisa,chinelos,calções e anel.
91. Alguma tatuagem? Não.
92. Que tipo de bêbeda és tu? Tonta e comica.
93. Gostas de ti? Amo-me .
94. Beijos, ou abraços? Mil vezes abraços.
95. A última pessoa que abraçaste: Bruno Bessa.
96. A última coisa que compraste: Um pijama da Hello Kitty (:
97. A última pessoa que te mandou uma sms: Bruno Bessa.
98. A última vez que tomaste banho: hoje.
99. És demasiado tímida p'ra convidar alguém p'ra sair? Naaah!
100. O que estás a pensar? Que estou a perder muito tempo com isto.
101. A melhor maneira para que alguém saiba que gostas dela é...? Olha-la a todo o tempo até que ela pergunte “porque’e que estás sempre olhar para mim?”
102. Tu sabes que eu gosto de ti, se...? disseres.
103. Gostas de chocolate? Nem por isso.
104. Quanto dinheiro tens? Neste momentos 3,45 no bolso x’)
105. Onde te queres casar? Na praia.
106. Falas alguma língua para além da materna? Espanhol, inglês (mal) e francês.
107. O que queres ser na vida? Alguém com mérito próprio.
108. Preferias morrer queimada ou afogada? se morresse duas vezes não optaria por nenhuma em especial mas conheço demasiado sobre o ódio para pedir que morresse afogada.
109. Preferes dar, ou receber uma massagem? Dar.
110. Há algum Tiago no teu circulo de amigos? Sim, o Tiago santos, o meu patinho.
111. Beijaste alguém no teu círculo de amigos? Sim.
112. Guardas rancor? Sim, de mim mesma por não saber reagir.
113. Com quantas pessoas do teu círculo de amigos já estiveste bêbeda? Com uma.
114. O que farias se te dessem um desejo? Morreria agora.

quinta-feira, junho 24, 2010

Ás vezes

I
Ás vezes deparamo-nos
Com palavras vazias,
Roupas furadas,
E pessoas famintas
De nada.

É nesses momentos
Que a vida parece o
Que não é,
e é quando
tudo se torna vazio
e de sentido inverso
áquilo que já foi.


II

Não somos nada
Quando pensamos que somos tudo,
Pensamos que pintamos o mundo
Quando na verdade,
É ele quem nos pinta.

E quando a noite cai
E tu chegas ofegante,
o gelo quebra-se na almofada
como pecados de uma vida.

(É por amar demasiado as palavras que me deixo iludir com elas.)

domingo, junho 13, 2010

Desconserto da Alma

É morrer no deserto afogado na areia e pintar com palavras numa tela furada o teu nome em suspiros;
É ser ninguém com nome completo e fugir da sombra com o medo no bolso;
É estar na memoria de todos como algo esquecido e viajar de boca em boca num mundo de cegos;
É cair sobre as nuvens num céu incerto e chegar ao céu com as asas queimadas,
Enfim ...

É o desconserto da alma fingida sendo eu mesma em qualquer parte.

sábado, junho 12, 2010

Vinte e três de Junho de 2010

(Sozinha)

Nestes últimos dias, pela primeira vez na minha vida, tenho sentido que os passos que dou não são certos e que tudo o que gira á minha volta já não me pertence. Eu, tal como tudo em meu redor, estou deserta, imunda, vazia e … parece que já nem respirar faz sentido.
O sol já nasceu novamente e eu continuo-o com os olhos pregados na fotografia em que ambos sorrimos felizes, nesse tempo em que tudo era perfeito demais para descermos á terra ,onde agora, me acho perdida.
A noite passou tão depressa! Porém, ainda me resta muito para recordar, pois tudo o que vivemos não pode ser relembrado numa noite, nem sei se o resto dos meus dias chegará para fazê-lo, mas enfim…
Reli as páginas deste diário vezes sem conta, a caixa das nossas fotografias está vazia e as fotos estão espalhadas pelo quarto tal como as penas da minha almofada. A consciência de que tudo acab… Não! Não consigo pensar na hipótese de … eu perdi-te? Não vais voltar?
Não quero saber o que vai acontecer de hoje em diante, vou agarrar-me ao passado com todas as minhas forças e vou ficar lá, viver lá… porque lá tu ainda existes.
Vou desenhar o teu nome na areia e vou esperar que o venhas apagar, vou escrever cartas e envia-las com a seguinte morada: “Rua dos anjos 1993, casa das estrelas” e vou esperar que respondas, vou colocar a tua almofada ao meu lado e esperar que te deites, vou sentar-me no banco onde ambos sorrimos e também vou comprar as tuas bolachas preferidas e vou deixa-las em cima da tua mesinha de cabeceira com o copo de leite de todas as manhãs. Ainda tenho o teu cheiro nos meus versos, as tuas palavras na minha pele e a tua imagem permanece intacta em tudo o que existe.
Sei de cor cada paço teu, sei cada significado do teu sorriso, do teu olhar, do teu abraço, até sei a simbologia de cada posição das tuas mãos!
Ficou tanta coisa por explicar, por dizer, por partilhar… acho que ainda te consigo ouvir.
A fotografia caiu ao chão e partiu-se quando soube o que realmente aconteceu, a moldura está desfeita em mil pedacinhos tal como o meu coração, vou reconstruir a moldura tal como a mim mesma, vou agarrar-me a tudo o que me resta de ti e vou escrever um livro com a nossa história. Esta vai ser a primeira página de um livro imenso! Quem disse que as melhores histórias têm necessariamente que começar pelo principio?

P.S “Prologo”


(Gota d’agua)

quarta-feira, junho 09, 2010

Partido

Independentemente da independência que me faz depender tanto de ti, eu ... eu abri a mala e recolhi tudo o que te pertencia, coloquei la dentro e enviei a mala para bem longe de mim. Deixei de pensar em ti, e vou deixar também de gastar o meu tempo com coisas banais, como tu. Eu quero viver, sim, eu quero.

Hoje, quando a Rita veio buscar-me para ir-mos ao cinema, o meu coração ... deixei-o cair pelas escadas e, acho que está mesmo rachado e não sei se falta muito para ... Meu Deus! O meu ... (Pânico) .

Agora percebi o que lhe aconteceu.

(N-ã-o V-o-l-t-e-s.)

terça-feira, junho 08, 2010

Lua

Cada carta foi escrita como se fosse a ultima, e em todas as tuas chegava a promessa de um regresso.
Sinto que esperei tempo demais, mas tempo nenhum é demasiado para amar-te, tempo nenhum.
E mesmo não sabendo onde estás agora, sei que a lua que partilhamos é a mesma em qualquer parte do mundo, e que é grandiosa ... como tu.

*repito e repito até que voltes.

segunda-feira, junho 07, 2010

Egoísta

Eu dou-te o tempo, dou-te o mundo (...) eu dou-te o que precisares, vai com a promessa de que voltas, mesmo sendo essa promessa temporária.
Eu espero, eu espero 100 anos, eu prefiro morrer a esperar que morrer a ver-te sofrer.
Eu sei, eu tenho noção das coisas que faço, de tudo o que estou a fazer mas ...
Hoje, eu faria tudo igual mesmo sabendo o desfecho, eu não mudaria nada da nossa história, nem mesmo as personagens(...)

eu acredito que um dia vou acordar e ver-te sentado na prateleira do meu quarto, eu não te quero como um objecto, mas quero-te para sempre perto de mim.

Nunca foi minha intenção usar-te nem brincar contigo como eu brincaria se fosses um boneco, eu (...) faço tudo o que está ao meu alcance para mostrar o quanto ...
(se fosses capaz de preencher as reticencias, era tudo bem mais fácil.)

Vulgar

As pessoas olhavam-me de tal forma que me despiam com os olhos, tudo á minha volta estava voltado para mim, até o meu pior inimigo me olhava com serenidade.
Eu era, agora, a deusa do mundo deles. O tempo tinha parado e mesmo que eu me sentisse a caminhar, estava o tempo todo parada, as pessoas eram sempre as mesmas por muito que parecessem outras.

Eu tinha a perfeita noção de que tudo não passava de um sonho, e que quando acordasse estaria novamente sozinha, mas se sonhar era a única forma de me sentir importante, eu iria sonhar para o resto da vida.

domingo, junho 06, 2010

Irmão

Eu sei o que estás a sentir neste preciso momento, sei o que te apetece fazer e que só não o fazes porque não sabes
se é o melhor.
A cobardia é tal que sou encapas de pedir que te vás embora, mesmo que isto te cause sofrimento eu sei que te posso
fazer feliz, mesmo que não seja da forma como desejas.
Paço os dias a contar o tempo que estás por perto e ao fim ao cabo tenho-te sempre aqui, num suspiro abafado.
A almofada acorda molhada e o quarto adormece fechado, como se nada existisse a não seres tu.


(não consigo viver sem ti, por isso fica.)

Memória

Não sei dizer ao certo á quanto tempo foi, nem o dia, nem o ano, nem mesmo se já passaram séculos desde então.
Também não me lembro do local nem de como tudo aconteceu.
Sei que havia calma e serenidade, sei também que ao longe se avistava a cidade coberta de neblina. As
pessoas falavam sem se ouvirem e perfuravam o coração uma das outras com os punhais de sentimentos sujos.
Ao fim ao cabo tudo acabara, a cidade ficou deserta e o silencio era perturbador.
Talvez fosse o inicio do fim ou o começo de tudo.

Continuo a perceber que nada sei ao certo, a não ser que lá estaava. Nesse mundo deserto de gente.
Um mundo onde eu não tinha lugar.
Posso dizer que dos 300 anos que vivi, por muito vulgar que tenha sido, foi o que ficou. O fogo, as pessoas que amei até esse dia, as palavras, os momentos (...) tudo foi morrendo aos poucos. Em poucas décadas apercebi-me que estava morta mas vivia.

O sangue que me escorria nas veias desse tempo louco não escorre mais, e a pessoa que fui já não a conheço.
Descobri que ser imortal é impossível desde o momento em que a nossa alma é enterrada junto daqueles que nos pertenciam, nos lembravam, nos amavam ...

Fiquei presa naquele sitio, perdi-me lá.

quinta-feira, junho 03, 2010

Doença

Eu quero-te mas não te suporto, eu espio-te mas fujo quando estás perto, eu respiro o mesmo ar que tu mas eu contenho-me para não o matar, eu peço que voltes mas logo que te tenho a minha única força é aquela que te rejeita mil vezes em mil dias. Todos os dias são iguais aos que já foram enquanto te tive por perto, o vento é o mesmo, a água escorrega, e tudo o que entrou também saiu, como se tudo fosse vicio da própria natureza.
Enquanto existires eu não vou conseguir viver, a minha vida é passada ao lado do meu próprio assassino, da minha doença ...
Mas quando se quer o que faz mal, o melhor é viver da própria doença.
Caso contrario, morreria da cura.
(Ainda que aja algo que me mova, o tempo parou e perdi a máquina do tempo)

Amanhecer

Quando amamos aquele que nos mata ficamos sem opções.
Como se pode fugir, como se pode lutar, se ao fazê-lo magoamos quem mais queremos? Se a tua vida era tudo o que tinhas para dar como podias recusa-la?

**
E (...) se a vida é cíclica e se o que é cíclico não tem fim o que é a vida afinal?

P.S"Certamente morreria sem saber o final desta batalha, mas, se tivesse de escolher, morreria por ela."

(Stephenie Meyer) L'

quarta-feira, maio 26, 2010

Teresa Maria

Não foram poucos os dias ao teu lado, mas foram suficientes poucos para perceber que és diferente.
Tens tudo o que eu quero, agora só não te peço para ficares comigo porque já te tenho num sitio que é só meu, no meu <3.



Sinto-me Grande quando estás comigo.

terça-feira, maio 25, 2010

Verdade

É nos pequenos gestos que se detecta a grandiosidade de alguém, foi o simples facto de me roubares a alma que me fez ver como és ... Grande.

quarta-feira, maio 19, 2010

As cartas de amor são ridiculas

Fica, por favor Fica!
não vás, não me deixes! Eu prometo que vou mudar , prometo que desta vez vou fazer tudo certo, eu nunca mais vou sair a chover,
nunca mais vou dormir depois das 10 horas da noite, eu prometo que até me deito ao teu lado.
ao teu lado ?
Mas que lado esse tão profundo e absurdo.
É desse lado que eu sinto saudade, o lado da pessoa "inseportavelmente" apaixonada, da pessoa que não dormia para me ver dormir,
da pessoa que não respirava para o oxigénio chegar para mim, da pessoa obcecadamente ridícula .
É do lado esquerdo ou do direito? É do lado de dentro, sim! é mesmo do lado de dentro que eu sinto essa falta absurda que me sufoca "impulsivamente"!
O Lado que só eu pude descobrir, como sozinha num deserto sem areia, e quando finalmente vi terra, o céu caiu-me em cima. O lado que agora já não habita em mim nem me pertence. Esse lado patético de quem ama de verdade!


Desconheço se algum dia te voltarei a encontrar, ou mesmo a cruzar-me contigo, mas gostava que voltasses antes d'eu morrer.

Desamor

Ela saiu e deixou a chave debaixo do tapete, nem por saberes que la estava foste busca-la e abrir a porta da casa que foi vossa.

Ela não queria ser amada "incondicionalmente", só queria deitar e acordar com os teus suspiros, como tinhas prometido, o que na verdade aconteceu foi que lhe roubas-te a alma e vendeste-a ao mundo. Não conseguiste guardar a tua e nem a dela soubeste guardar.

(Agora)
A casa esta vazia, as gavetas tão vazias, e a torneira está seca de saudade, está tudo á espera que voltes ... com ela debaixo do braço.

Definição

A tristeza é universal, a felicidade é subjectiva e o amor não existe.

É simplesmente a junção das duas (...)

sábado, maio 15, 2010

Boneca

Queria ter novidades para te contar, fazer-te surpresas de ultima hora e queria surpreender-te, mas por saber que sabes demais prefiro viver sabendo que de mim sabes mais do que eu sei.
No inicio foi difícil, agora é como se nunca tivesse vivido dona de mim mesma, ás vezes ainda me questiono se sempre foi assim ou se me venderam a alma á tua.

Não me rasgues o vestido nunca, nem me esqueças n'alguma dessas prateleiras sujas e gastas, leva-me contigo, para todo o lado que seja.

(Eu sei que não devia sentir nada).

quarta-feira, maio 12, 2010

Dormente

É um viver longe com tudo perto, é estar sozinha no meio de tanta gente, é estar presa na liberdade, é sentir lágrimas que sorriem e mostrar a toda gente um sorriso que chora. É continuar contigo sem te ter, é tocar-te e não sentir-te (...)

E cada vez que a vida morre, tu estás em toda a parte menos na minha.
Só pergunto á resposta o porquê de não ter sentido, eu não quero um vazio que se perde no meio da confusão, eu quero acordar e ficar como estava ,mesmo antes de adormecer.

P.S. Fica comigo até adormecer, estou farta de sentir-me sozinha .

Déjà vu

Quando chegares ao paraíso espera por mim, prometes-te que ias deixar-me seguir-te para todo o lado, não me impeças de continuar a fazê-lo. Enquanto for tua, tu serás meu até ás portas da eternidade. Seja como for, só me vou embora quando pedires que o faça, até lá, vou guardar-te no bolso do pijama e sonhar todas as noites. Não sei se cada vez contigo é um déjà vu ou uma visão do passado, só sei que cada vez que te tento tocar tu não passas de oxigénio que se entranha em mim como o perfume que uso (...) e unica diferença entre ti e ele é ... és profundo e não tenho que te colocar, tu nasceste comigo .

P.S.Não tinhas nada que levar a coelha para perto de ti, era minha (!)

segunda-feira, maio 03, 2010

Sonho

Não faz parte de mim controlar o ''quase impossível'' não é que ambos queiramos, mas é algo que ambos não possuímos.vou aprender a controlar o dom de ler o teu pensamento, só aí saberei respeitar o que pensas errado, só aí poderei ser a ultima a saber das coisas, só aí poderás ver-te livre de mim, até esse dia chegar, vais ter de suportar partilhar a privacidade comigo.


Só espero que'esse dia não chegue nunca, nunca .



<3

segunda-feira, fevereiro 15, 2010

Sophia de Mello Breyner

Num deserto sem Agua
Numa noite sem lua
Num país sem nome
Ou numa terra nua

Por maior que seja o desespero
Nenhuma ausência é tão funda como a tua .



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